domingo, 15 de novembro de 2009

Original (Anne Crystie)



Desde sempre fui aquilo
Que o meu espelho desenha.
Resta saber se o reflexo sou
Ou se sou o reflexo.


Original
Escrito por Anne Crystie.

domingo, 8 de novembro de 2009

O quem é ciência? (Anne Crystie)

Um dia, as Ciências Exatas hão de
alcançar o império absoluto.
Serão os reis por uns dias - talvez.
E aí, nascerá a verdadeira era
das Artes, Letras, Humanas e Sociais;
as únicas capazes de provar que o
mundo não é movido a computador.
(...)
Por trás de um grande cientista,
há sempre um grande homem!

domingo, 13 de setembro de 2009

Frase de Efeito (6)

Retirada da Música Lágrimas e Chuva;
Escrita por Leoni, Bruno Fortunato e George Israel; interpretada por Kid Abelha.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Frase de Efeito (5)

Retirada do Livro Antropologia e Comunicação: Princípios Radicais;
Escrito por José Carlos Rodrigues.

sábado, 18 de julho de 2009

Já dizia o ditado... (Autor Desconhecido)


"O que é do homem, o bicho não come".

Não adianta.
Aconteça o que acontecer,
passe o tempo que for,
que venham ventos e tempestades (...).

Se for aquele mesmo o seu grande e verdadeiro amor,
e que mereça receber tudo de melhor
que você tenha a oferecer,
ele será realmente seu.

Seja hoje, amanhã, ou daqui alguns anos.
Na hora certa e quando você menos esperar,
de uma vez por todas, ele será seu!



As coisas acontecem quando chega a hora.
(Zibia Gasparetto)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O que eu era quando cresci (Anne Crystie)

As vezes finjo ter dezoito anos, pra acessar fotos de putaria e assistir à filmes de terror.
Uma vez dezessete, pra não pagar multa e fugir de casa.
Quinze só quando gosto de dançar música clássica e levar o namorado à pizzaria.
Uma dúzia é pra brincar de bonecas e levar absorvente na mochila.
Quando finjo os nove, é porque quero logo ter dez.
Seis anos pra vestir beca e cantar a musiquinha da barata.
Os quatro servem pra andar de bicicleta e não engolir as peças do monta-monta.
Número um pra fazer aniversário e ser que nem a Brahma.
Agora vou fingir nem idade ter. Só assim nunca saberei as besteiras que escrevi aqui.
__
O que eu era quando cresci
Escrito por Anne Crystie.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Fardada a isso (Anne Crystie)

E eu vou cursar este meu caminho,
parando para contemplar
as pessoas que são
o que eu já fui um dia.

São amores
cantores,
poetas.

São flores,
atores,
e claro, patetas.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Malandragem (Cássia Eller)

Quem sabe eu ainda
Sou uma garotinha,
Esperando o ônibus
Da escola, sozinha.
Cansada com minhas
Meias três quartos,
Rezando baixo pelos cantos
Por ser uma menina má.
Quem sabe o príncipe
Virou um chato,
Que vive dando no meu saco.
Quem sabe a vida é não sonhar!
Eu só peço a Deus
Um pouco de malandragem,
Pois sou criança
E não conheço a verdade.
Eu sou poeta
E não aprendi a amar!
Eu sou poeta
E não aprendi a amar...
Bobeira é não viver a realidade!
E eu ainda tenho
Uma tarde inteira.
Eu ando nas ruas,
Eu troco um cheque...
Mudo uma planta de lugar.
Dirijo meu carro,
Tomo o meu pileque...
E ainda tenho tempo
Prá cantar!
Eu só peço a Deus
Um pouco de malandragem,
Pois sou criança
E não conheço a verdade.
Eu sou poeta
E não aprendi a amar!
Eu sou poeta
E não aprendi a amar...
(...)
Quem sabe eu ainda sou
Uma garotinha!

terça-feira, 2 de junho de 2009

A vida se repete na estação!


Todas as pessoas
que passam pelas nossas vidas
deixam as suas marcas
num ir e vir infinito.

As que permanecem...
é porque simplesmente
doaram seus corações para entrar
em sintonia com a nossas almas.

As que se vão...
nos deixam um grande aprendizado.
Não importa que tipo de atitude tiveram,
mas com elas aprendemos muito.

(...)

Por: Marilene Laurelli Cypriano

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Faz parte do meu show (Anne Crystie)

Imagem retirada do Filme O Show de Truman.
_
E como seria se eu pudesse reinventar a vida?
Como eu faria os carros?
Como eu quebraria os jarros?

Quantos paus teria uma canoa?
Será que eu levaria a vida numa boa?

Eu não quero mais pais, nem tios.
Quero ser independente!
Quero voar.

Vou rir da gente na praça...
Vou abrir os dentes até quando não houver graça.
Eu vou ser feliz!

É isso!
Se eu pudesse reinventar o mundo
Eu o deixaria do jeito que está!

terça-feira, 26 de maio de 2009

sexta-feira, 22 de maio de 2009

segunda-feira, 11 de maio de 2009

José (Carlos Drummond de Andrade)

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

São vermelhas.

Os poderosos podem matar
uma, duas ou três rosas,
mas jamais conseguirão
deter a primavera inteira.

(Che Guevara)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

quinta-feira, 23 de abril de 2009

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Crônica do Amor (Arnaldo Jabor)

Crônica do Amor
Escrita por Arnaldo Jabor.


Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Sonho que se sonha só.

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O tempo não pára
Escrita por Cazuza e Arnaldo Brandão.
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Eu vejo o futuro repetir o passado...
Eu vejo um museu de grandes novidades.

[O tempo não pára!]

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Sonho que se sonha junto.

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Eva meu amor
Escrita por Alexandre Pires.
Baseada em Every time you go away, de Paul Young.
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Hey, as luzes já se apagam!
A cidade cala e vai dormir.

[Os sonhos não se acabam...]
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Paciência
Escrita por Lenine e Dudu Falcão.
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Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma...
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma,

[A vida não pára...]

domingo, 29 de março de 2009

Há diferenças e controvérsias.

Nem sempre sou igual
Escrito por Alberto Caeiro.
(Fernando Pessoa)
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Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.

Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,

Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés -
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra

E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma...

sexta-feira, 27 de março de 2009

Que Brasil é esse? (Escrito por Anne Crystie)

Que Brasil é esse?
Escrito por Anne Crystie.

Pobre tribo...
Que já não enxerga o horizonte,
não canta a sua música
e nem atira a sua lança!

O Brasil do Cristo Redentor
é o mesmo do pobre favelado,
da prostituição, da corrupção,
do racismo, do desemprego...
Do jeitinho brasileiro de dar!

Os Chefes, coitados, cegos!
Nada vêem, por isso nada fazem.
Meros políticos, denominados “excelentíssimos”,
que iludem a nação e são aplaudidos a cada voto.

Os Sábios, justos,
que tudo vêem, e ainda nada fazem.
Que vêem as crianças trabalhando e fora da escola...
Que vêem o horário político pela tv a cabo
e riem dos governantes a cada erro de gramática
(no Brasil, o importante é fazer entender).

Os Guerreiros,
que não dormem e levantam-se às quatro da manhã,
enfrentam os transtornos do transporte coletivo,
enquanto admiram através da janela
o presidente de sua república
passear no azul do céu.

Porque aqui é o Brasil!
Das matas, do ouro, do céu azul.
O Brasil do progresso...
Mas, cadê a ordem?

Os Chefes na frente,
e os Sábios atrás,
ajudando os guerreiros
a manterem-se de pé.
Essa é a ordem.
A ordem que a esperança constrói.
Esperança de que as coisas mudem;
mas nada muda se você não mudar!

Brasileiros que não sabem ler,
aprendem a digitar o “verde”
e passam a exercer a democracia.
Democracia brasileira...
do voto aos dezesseis anos,
da mulher no mercado de trabalho,
do camelô, do franelinha (...).

Bola pra frente, nesse país do futebol,
porque ser derrubado na área é pênalti.

(...) Lá vai mais um pai
que passa fome para dar o que comer ao filho;
uma mãe que morre de sede
com água nos olhos.

Afinal...
O Brasil é uma pobre tribo
onde os Chefes são cegos,
os sábios são mudos
e os guerreiros
apenas se lamentam!

Nada muda se você não mudar!

Mude
Escrito por Edson Marques.

Crédito da Imagem: Anne Crystie.

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Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas,
calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia,
ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama...
Depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais... Leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia.
O novo lado, o novo método, o novo sabor,
o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
A nova vida.
__
Tente.
Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações. Almoce em outros locais,vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado...
Outra marca de sabonete, outro creme dental...
Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas,
troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros,
outros teatros, visite novos museus.
__
Mude.
Lembre-se de que a vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um outro emprego,
uma nova ocupação, um trabalho mais light,
mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,

longa... Se possível sem destino.
Experimente coisas novas.

Troque novamente. Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores

e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,

o movimento, o dinamismo, a energia.

Só o que está morto não muda!