quarta-feira, 27 de maio de 2009

Faz parte do meu show (Anne Crystie)

Imagem retirada do Filme O Show de Truman.
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E como seria se eu pudesse reinventar a vida?
Como eu faria os carros?
Como eu quebraria os jarros?

Quantos paus teria uma canoa?
Será que eu levaria a vida numa boa?

Eu não quero mais pais, nem tios.
Quero ser independente!
Quero voar.

Vou rir da gente na praça...
Vou abrir os dentes até quando não houver graça.
Eu vou ser feliz!

É isso!
Se eu pudesse reinventar o mundo
Eu o deixaria do jeito que está!

terça-feira, 26 de maio de 2009

sexta-feira, 22 de maio de 2009

segunda-feira, 11 de maio de 2009

José (Carlos Drummond de Andrade)

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

segunda-feira, 4 de maio de 2009

São vermelhas.

Os poderosos podem matar
uma, duas ou três rosas,
mas jamais conseguirão
deter a primavera inteira.

(Che Guevara)