domingo, 27 de junho de 2010

Soneto XLIV (Pablo Neruda)

pelas inquietações virtuais provocadas.

Soneto XLIV
Escrito por Pablo Neruda,
traduzido do Espanhol por Maria Teresa Almeida Pina.

Saberás que te amo e que não te amo,
Posto que de dois modos é a vida.
A palavra é uma asa do silêncio,
O fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para começar a amar-te,
Para recomeçar o infinito
E para não deixar de amar-te nunca:
Por isso não te amo todavia.

Te amo e não te amo como se tivesse
Em minhas mãos as chaves da fortuna
E um incerto destino desditoso.
Meu amor tem duas vidas
Para amar-te
Por isso, te amo quando não te amo
E te amo quando te amo.

Um comentário:

  1. Nossa, que lindo.
    Obrigada por me proporcionar esta leitura.
    Tenha uma boa semana.*-*
    Beijo, beijo :*

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O que eu te falo nunca é o que te falo e sim outra coisa. (Clarice Lispector)